Fotos, pipocas, algodão doce e show cultural no ingresso à Unicamp
Os alunos que confirmaram o ingresso na Unicamp, ontem (21), incluindo os 92 alunos do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS), receberam o carinho especial da comunidade universitária. A equipe do SAE foi a primeira a sair em campo, com os cerca de 60 monitores nas 22 Unidades de confirmação de matrículas, nos campi de Campinas, Limeira e Piracicaba.
Após a confirmação, os calouros chegaram ao Ciclo Básico II (PB), em Campinas, junto aos veteranos, amigos, pais, irmãos, numa festa colorida e juvenil.
Tiraram fotos num estande fotográfico montado pelo SAE, levando para casa o belo registro da lembrança do ingresso na Unicamp. Almoçaram gratuitamente no Restaurante Universitário, o conhecido “bandejão”. O cardápio do almoço coletivo tinha arroz, feijão, bife acebolado, salada mista, mandioquinha, banana e suco, e agradou o paladar dos participantes.
Alunos-artistas se apresentaram aos calouros
Por volta das 10 horas, os alunos-artistas iniciaram o show cultural, no PB. A cantora Bruna Brenner Lucchesi entrou com a Banda Telecoteco, cantando o reportório de Noel Rosa, em homenagem aos 100 anos do compositor. A banda toca samba eletrificado, influenciada pelo trabalho de artistas como Elis Regina, Rosa Passos, Leny Andrade, Djavan e João Bosco. Dividem o repertório sambas autorais, transcrições de importantes gravações do gênero e modernos arranjos de sambas da raiz da música popular brasileira. O público, ainda tímido, foi chegando e ajuntando em torno do espaço cultural, montado no PB. Quarenta minutos de boa música MPB, sem choro, nem vela.
Em seguida, foi a vez do Grupo de Dança “Muitas Coisas para Um Corpo Só”, com as alunas do Curso de Dança Raquel Pereira e Emiliana Almeida e músicos do IA. O espetáculo foi inspirado no livro “As cidades invisíveis” de Italo Calvino e no filme “Dogville” de Lars Von Trier e traz à tona questões sobre o comportamento humano, a vida em comunidade e a tensão que se estabelece entre a escolha individual e a norma coletiva. Neste sentido, a dupla de bailarinas chamou a atenção pela leveza dos movimentos. Calouros sentados ao redor, apreciaram o espetáculo.
Ao meio-dia e meia hora, o convidado do SAE “Coral da Unicamp Ziper na Boca” entrou com a regente Vivian Nogueira e sua alegria típica e inusitada. Em alguns minutos do musical “Mamma Mia” o coral se apresentou deitado ao chão, um sucesso! E prometem repetir o feito no dia 2 de março, no mesmo horário, na Casa do Lago.
Chegou a vez de o "Mais Um Grupo de Dança" – se apresentar com dez bailarinas e dez músicos, às 13 horas. O objetivo do espetáculo busca as evidências e reflexões sobre questões do coletivo e suas manifestações na sociedade, transitando por solidão, disputas e cooperação, que se alternam no decorrer da apresentação. O grupo utiliza bancos e cadeiras de diferentes tamanhos e formatos, num bonito entrelaçamento de jogos, cores e situações.
Às duas da tarde, finalizando a apresentação cultural, a aluna da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), de Limeira, entrou com o projeto ALME (Alunos de Limeira Ouvem Música Erudita), com piano eletrônico.
Enquanto isso, do outro lado do PB, o aluno-artista Tiago Malagodi fazia a grafitagem em espaço próximo à Biblioteca Central. Os colegas alunos-artistas do projeto de grafitagem em dupla Fábio Lopes e João Y. Nakacima de Oliveira faziam grafitagem em painéis expostos na paisagem, na praça do Ciclo Básico.
Terminadas as apresentações de música e dança, foi a vez das alunas do terceiro ano de Artes Visuais Laura de Paula Barbeiro e Miriam Yukie Kajiki, do Projeto “O Sertão vai Virar Mar” realizar uma mostra de instalação artística com barquinhos e barcões de papel metalizado, ocupando uma ala do PB, chamando a atenção dos transeuntes.
Projeto Filme Não-Lugares
A apresentação do filme “Não-lugares”, outro projeto aluno-artista, em breve deve apresentar um “teaser” em local e horário a serem divulgados neste site.
O enredo acontece no Vale do Paraíba, ao sul do Rio de Janeiro, onde a decadência após o fim da corte no Rio toma conta de algo que parece não crescer mais. Localizadas no interior do estado, as pequenas cidades encontram-se distantes da modernidade e o “velho rico” potencializa a sensação de esquecimento por elas transmitida. Estações ferroviárias abandonadas, a vida ao redor, onde a ideia de finitude transita por esses caminhos e espaços. Desta forma, a percepção do significado de “não lugar” é simbolizada pelas imagens de São João Marcos, ápice do desaparecimento da cidade como lugar físico, mas permanente como memória e devaneio do povo que ficou na solidão da cidade nua.