GT de permanência estudantil apoia visitas domiciliares
O Serviço Social do SAE (Serviço de Apoio aos Estudantes) retomou as visitas domiciliares em fevereiro de 2017, confirmando ser este um instrumento de trabalho eficaz para constatar in loco a real situação dos estudantes. A visita domiciliar é uma importante ferramenta de avaliação do perfil socioeconômico dos alunos, segundo os estudos apresentados pela equipe SAE e discutido pelo Grupo de Trabalho de Permanência Estudantil (GT de Permanência).
Visitas domiciliares são importantes para definir permanência estudantil
Uma manifestação de estudantes ocorrida no primeiro semestre de 2016, trouxe uma pauta de reivindicações diversas e entre elas a criação de um Grupo de Trabalho para discutir a assistência a permanência estudantil. Foi estabelecida uma negociação entre o coletivo estudantil e representantes da reitoria. Um dos frutos dessa pauta foi a discussão da permanência de alunos da Unicamp com dificuldades socioeconômicas, em que o SAE é um dos gestores do Programa de Bolsas-Auxílio. Assim, o Grupo denominado “GT de Permanência Estudantil” foi criado em 25 de agosto daquele ano e designado pela portaria GR 47/2016. A composição com cerca de dez componentes, entre estudantes e equipe multiprofissional do SAE, era presidida pelo coordenador do SAE, Prof. Dr. José Ricardo Figueiredo. Desde então, o GT se reúne periodicamente e discute uma pauta diversificada colocada pelos alunos. Após a mudança de gestão, houve mais duas alterações na portaria original: a GR 57/2017, que designa a nova coordenadora do SAE, Profa. Dra. Helena Altmann, como presidente do GT e a GR 69/2017, que altera os componentes do GT na composição de alunos.
Membro estudantil do GT atribui conquista da negociação
Francisca Elisa Carvalho Rosa, a Chica, de 21 anos é aluna do curso de Licenciatura em Letras pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), período noturno. Ela estava na Comissão de Negociação que reivindicou a criação do GT, e até a presente data, é membro do Grupo. Chica, como gosta de ser chamada, diz que é importante que a Unicamp reveja as políticas de permanência estudantil. Ela fala sobre a retomada das visitas domiciliares pela equipe do SAE: “Como faltam informações de acesso à documentação enviada online e a visita domiciliar é um forte argumento para a avaliação da condição socioeconômica do aluno, somos favoráveis às visitas domiciliares”, afirma. E completa: “Esta é uma conquista do GT de Permanência Estudantil; na verdade, é uma conquista da greve dos estudantes no 1º semestre de 2016, que gerou a negociação entre a Comissão Estudantil daquela época e a Reitoria”, diz. Segundo Chica, foi por meio daquela comissão que foram realizados acordos e negociações favoráveis à permanência estudantil e o GT veio coroar aquelas reivindicações.
Solicitada pelo ComunicaSAE para dar um depoimento sobre a importância das visitas domiciliares, ela fez esta definição: "Conquista dos Estudantes na greve de 2016, o ‘GT Permanência’ é de extrema importância para rediscutir as políticas de permanência da universidade e os critérios do SAE na distribuição de bolsas. Nesse grupo de trabalho, discentes e SAE reúnem-se para buscar estratégias que deixem o processo ainda mais justo e humano, ampliando a visão social do aluno que precisa dessas políticas para permanecer na universidade. Dentre essas estratégias, a visita domiciliar foi levantada como uma importante ferramenta para avaliar o estudante e ampliar o acesso justo às políticas que a universidade dispõe. "
Depoimentos de alunos contemplados
Alguns alunos que receberam a visita domiciliar deram depoimento ao ComunicaSAE contado sobre a importância desse processo. É o caso de Luan Toledo Buzinelli, do Curso de Engenharia Química, período Integral: “A visita domiciliar foi fundamental para que eu recebesse a bolsa, pois foi a visita que identificou o meu perfil e permitiu a minha permanência na Unicamp, já que sem o auxilio, dificilmente os meus pais conseguiriam me manter em Campinas”, disse.
Resultados das visitas domiciliares e o maior aporte de recursos para a permanência
Um estudo da Administração em conjunto com o Serviço Social SAE mostra a evolução do orçamento anual destinado às bolsas-auxílio no período de 2012 e 2017; a quantidade de estudantes contemplados com as bolsas-auxílio mensalmente; a quantidade de visitas domiciliares de 2015 a 2017, e os resultados positivos da retomada, ou ampliação, das visitas em 2017. Em 2015 foram visitados 103 domicílios, em 2016 as visitas caíram para 90, enquanto somente no 1º semestre de em 2017, graças às reivindicações dos estudantes, por meio do GT de permanência estudantil, as visitas subiram para 242 domicílios. O resultado foi a ampliação de alunos contemplados, pois a visita é um instrumento da assistência estudantil que completa as informações dos documentos enviados por internet. Os dados deste estudo estão disponíveis em:
https://www.sae.unicamp.br/download/permanencia_estudantil.pdf